sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Por quê?

Outra das dez questões que eu gostaria de ver respondidas antes de eu morrer é: por que é que Cristo deu sua vida por nós? Somos um monte de lixo, um monte de estrume. Não merecíamos esse sacrifício de sangue. No entanto, ele o fez. Quanta coragem, quanta força... e continuamos a envergonhar o seu nome, continuamos sedentos do seu sangue, sedentos do nosso próprio sangue.

Outro dia, observando minha cadela de estimação, percebi a grandeza de um animal diante dos seres humanos: era por volta das sete da noite, aquela puta correria dentro de casa uns chegando, outros saindo, e ela, com toda a nobreza de espírito, murchou as orelhas, se sentou nos últimos raios que incidiam sobre o quintal e ficou ali, parada, olhando o pôr-do-sol. Vez ou outra se virava e mordia algumas pulguinhas que insistiam em picar o seu quadril... mas continuava a olhar o pôr-do-sol... não, mais do que isso... ela parecia sentir a luz daqueles raios invadirem seu corpo. Impressionante. 

Depois que o sol se pôs, ela se levantou e veio até mim para receber um carinhosinho, em seguida bebeu algumas linguadas de água, comeu alguns grãos da sua ração e foi se deitar na almofadinha dela e lá ficou. De vez em quando saía em disparada para tentar pegar algum gato ou sentia algum cheiro estranho e se punha a latir... mas sempre voltava ao seu aconchego e cochilava o mais tranqüilamente que conseguia.Ali, sem dizer uma única palavra, ela demonstrou porque um animal não pode ser comparado a um homem e vice-versa. A única coisa que a minha cadela queria era paz e como ela aproveitava esse momento... se havia muito barulho, ela simplesmente se levantava e ia procurar um lugar mais calmo. Ela não se preocupa com o que falam dela, nem com os pontapés que leva quando entra dentro de casa e minha mãe a escorraça. Mas ela é teimosa e persiste, até que minha mãe desiste e ela encontra paz para refrescar a barriga no piso da cozinha.

Mas... Cristo não morreu pelos animais... morreu por nós, racionais, seres de cultura e capazes de pensar por si. Nós, que somos tudo isso... que temos a capacidade de transformar o meio ambiente, de transformarmos a nós mesmos... fomos nós que exigimos o sangue dele, não foram os animais.

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