sexta-feira, 20 de maio de 2011

A MALDIÇÃO DA CASA CIVIL

Parece que existe algum tipo de força oculta que ronda a Casa Civil na administração do PT. Primeiro o Zé Dirceu, um dos únicos políticos que, até então, eu tinha em alta conta caiu por corrupção; agora o Palocci (este há muito desconsiderei).
Eu entendo que a posição de Chefe da Casa Civil engendra um poder acima do comum, muito acima incluisve do Chefe do Estado. É um lugar que concentra, nada mais nada menos, em poucas palavras, toda a essência do Executivo brasileiro. A Casa Civil, por assim dizer, é o funil pelo qual tudo passa antes de sair e antes de entrar no gonverno. Com um poder dessa magnitude nas mãos, nenhum ser humano, por franciscano que seja, é capaz de controlar o impulso de deixar aflorar o "jeitinho brasileiro".

A verdade é uma só: enquanto os cidadãos não resolverem participar mais ativamente da política nacional, não haverá mudança nem melhoria. Dar um voto de confiança a algum candidato é perigoso. Os eleitores já tem alguma noção disso atualmente, ao menos uma noção maior do que há dez anos atrás, mas ainda assim é pouco. A figura presidencial e toda a sua trupe, por assim dizer, vai direcionar os destinos dos cidadãos durante quatro anos, no mínimo. - e o PT já faz isso há quase doze. Com isso todo mundo concorda. Mas eu gostaria de chamar a atenção de todos para o fato de que a democracia representativa, em geral, está desgastada; no Brasil, ela está velha e carcomida pela corrupção.

Sinceramente, apesar de eu ser inimigo fidagal da violência, vejo apenas duas alternativas para alguma mudança, seja a curto ou longo prazos: 1) os cidadãos intervêm na política brasileira e a salvam de um colapso; 2) revolta armada generalizada. Mas não essas revoltinhas que vira e mexe explodem por aí. Tem que ser uma revolta de verdade, bem estruturada, preferencialmente com o apoio das Forças Armadas (porque em um Estado de Direito Laico, são elas as legitimadoras da violência, muito mais do que os políticos ou a sociedade). O problema da segunda alternativa é o perigo iminente de despotismo e tirania, risco no qual poucos teriam coragem de  incorrer e que, cá entre nós, para o qual o brasileiro já comprovou  ao londo da história que não tem talento.

Para o que temos talento então? Não temos a centralidade nem a frieza germânicas; não temos o sangue quente francês; não temos a obstinação islâmica; não temos a paciência japonesa; nem a precisão chinesa; não temos a espiritualidade indiana; nao temos nem mesmo a esperteza gatuna dos americanos e ingleses. Temos talento para a malandragem; para o mandonismo; o apadrinhamento; o compadril; o patriarcalismo; a cordialidade vazia; a aceitação sem discussão; a incultura... 

Não me venham falar que isso é culpa do passado colonial... NÃO É! A época colonial já foi há muito tempo mas não aprendemos merda nenhuma com ela, pelo que parece! Nos deixamos vender por figurinhas pretensamente carismáticas, cheias de dons do Espírito Santo que brilham quando estão em campanha. Nós brasileiros somos verdadeiras mulheres de malandro: sofremos o inferno e comemos o pão que o diabo amassou com a bunda, mas gostamos! SIM! Sentimos PRAZER em nos fazermos de coitadinhos; gozamos de felicidade quando levamos socos e ponta pés distribuídos todos os dias pelos políticos. Somos masoquistas, em outras palavras.
Bem, o fato é que enquanto não aprendermos a bater, vamos continuar apanhando... mas, eu me pergunto: se aprendemos a gostar de apanhar, seria possível aprendermos a bater?

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