sexta-feira, 8 de julho de 2011

O PODER DA FÉ

O que é a Fé? Para o que ela serve? De onde ela vem? Para onde ela nos leva? Divagações, dúvidas, incognitas. São palavras como essas que passam pela minha cabela quando penso em Fé. Eu não a vejo; eu não conheço seu sabor; eu não consigo tocá-la; nunca senti seu cheiro; jamais a ouvi. Eu simplesmente sinto que ela existe, mas isso me confunde porque embora eu saiba da sua existência, meus cinco sentidos simplesmente a desconhecem. E como fugir dos cinco sentidos, sendo que são eles que nos ligam ao mundo onde vivemos? Por isso, para mim, a Fé é uma característica do espírito. Penso que ter Fé não é simplesmente acreditar em algo. Deve haver algo mais; deve haver alguma... coisa, alguma força que está contida no acreditar que produz mudança. Esta sim, tangível aos cinco sentidos.

"Em verdade, em verdade vos digo: se tiverdes fé como um grão de mostarda direis a este monte: passa daqui para acolá e ele passará. Nada vos será impossível". [Mt, 17, 20]

Certamente, muitos aqui argumentarão que a fé é intangível e por isso improvável; a fé não existe porque  "Deus está morto"; que "vodú é pra jacu" e que se a ciência não a comprova, ela não existe. Para esses, eu faço apenas uma pergunta: quantas coisas a ciência não prova que existem e, no entanto, sabemos existir de fato? Ou quantas delas são comprovadas cientificamente, mas a própria ciência reluta em acreditar naquilo mesmo que ela comprova? Um exemplo é a Teoria das Supercordas: matematicamente comprovada, mas a "comunidade científica" reluta em aceitá-la. Bem, aqueles que acompanham o meu blog (muito obrigado!) já sabem o que eu penso sobre a tal da "comunidade científica", que, aliás, nem sei por que ela é chamada de comunidade. Uma comunidade pressupõe, antes de tudo, a partilha de uma mesma gama de idéias, de um mesmo pendor para o mesmos caminhos; o seu princípio e fim é o consenso. A ciência nunca fez isso, portanto, não é uma comunidade. E, por favor, os que discordarem sintam-se desde já desafiados a me convencer do contrário, se é que são capazes há!(OPAAAAA!!! PROVOCAÇÃO!!).

Sempre a ciência. "A ciência isso, a ciência aquilo, a ciência aquilo outro, a ciência BLA BLA BLA". Eu não partilho dessa hipocrisia generalizada que põe toda a confiança na ciência. O ser humano parece não aprender com seus erros: a mesma confiança foi depositada na Grécia; no Império Romano; na Dinastia Merovíngia; no Sacro Império Romano-Germânico; depois na Igreja; depois no Renascimento; depois no Racionalismo; depois no Empirismo; depois no Iluminismo; depois nos EUA;  nos Positivistas; nos Marxistas; nos Freudianos; nos Frankfurtianos; no Bruce Lee; na Madonna; na Lady Gaga; NA PUTA QUE PARIU A QUATRO!! Mas nunca, nunca, jamais, em hipótese alguma, sequer o ser humano pensou na possibilidade de cogitar depositar essa confiança em si mesmo. Sempre dirigimos nossa confiança a outrem, sempre colocamos nossa Fé em terceiros... ah, e quando as coisas acontecem diferentes do que pensávamos, culpamos essas mesmas pessoas em quem acreditamos, como se elas fossem muito diferentes de nós mesmos, a ponto de produzir mudanças como em um pace de mágica ou uma palavra Cabalística: PARANGARICOTIRIMIRUARO!!! E pronto!!! Feito!! Olha que beleza!! Tudo se transforma e o conto de fadas acaba com seu típico final feliz. Quanta mentira!

"You underestimate the power of the Dark Side. If you will not fight, then you will meet your destiny". [Fala de Darth Vader a Look, em O Retorno de Jedi, 1983]

De fato, a palavra Cabalística realmente funciona. Mas para isso, é necessário, antes de tudo, ter Fé. E não  Fé na palavra, nem no ato, nem na magia, nem na religião e nem que um dia o Tom conseguirá fuder a vida do Jerry. A Fé precisa ser, antes de tudo, em si mesmo, é preciso querer fazer para que realmente aconteça. Este é o princípio mais elementar da Magia,  mãe da Religião e avó da Ciência: o querer. Nada funciona sem o querer! Se existe alguma lógica na Fé, esta é o querer. Este, o querer, deve ser um vontade espontânea, uma vontade livre de qualquer tendência ou amarra; simplesmente, querer. Mas, porém, contudo, entretanto, todavia, outrossim, com efeito, o querer age por intermédio de processos e, em geral, estabelece-se uma relação de reciprocidade: ninguém pode querer mais do que pode oferecer. E o que nós, reles e dantescos seres humanos, podemos oferecer? Nada além de nosso sacrifício. Vejo que é algo próximo a isso o mecanismo da Fé: quero algo; acredito nesse algo; me sacrifico por esse algo. Então eu vejo a mudança ocorrer e isso a torna próxima ao meu aprelho sensorial e passo a acreditar na sua existência factual.

É preciso querer usá-la, Potter! É preciso realmente querer causar dor [Fala de Belatrix Lestrange a Harry Potter, em Harry Poter e a Ordem da Fênix, 2003]

Ainda assim, há muitos que não acreditam em Fé. A estes eu digo para tentarem dissociar Fé de religião. São coisas completamente diferentes: a Fé é um princípio; a religião é (ou deveria ser) um meio. AH, MAS VOCÊ ESQUECEU DO FIM!! Não há fim. O fim, o único fim a que todos estamos fadados, não é outro senão a morte. A Fé como princípio e a religião como meio são ferramentas, por assim dizer, para que se  tenha uma boa morte, pois este é o mistério que mais nos assombra. Se algum dia vier a ser revelado, certamente nenhum de nós poderá existir neste mundo, porque tudo perderia o sentido. Não que as coisas já não estejam, há muito, desprovidas de sentido, mas existe, eu suponho, algum sentido alheio a nossa vontade que permanece ao nosso redor. Talvez seja isso que torne possível a existência da Fé.

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