sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Pensamento do dia. Tenha um bom fim de semana!

O mundo dos seres humanos não é tão diferente do mundo dos animais: aqui sobrevive o mais forte, aquele que tem poder simbólico o suficiente para fazer frente aos demais. Poder simbólico. Esta é a grande diferença entre os dois mundos, o dos animais e o dos seres humanos: entre estes vale o símbolo de poder; entre aqueles vale o mais forte, que comprova sua superioridade física corpo-a-corpo. 

Não somos animais. Somos homens e mulheres. Somos diferentes dos animais em muitas coisas; em outras somos semelhantes a eles; e em algumas somos idênticos. Um exemplo de diferença: não precisamos nos morder até a morte para provarmos nossa força. Um exemplo de semelhança: demarcamos território com papéis, cores e muita conversa afiada ao invés de mijo. Um exemplo em que somos idênticos: quando em grupo, precisamos reconhecer ao menos um líder*.

Entretanto, muito embora não precisemos nos morder para demonstrarmos força e nem mijar na terra para demarcar território, nos sujeitamos a fazê-los em nome de um líder... ou para sermos o líder.
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* Na mitologia grega, Quiron não reconhecia nenhuma liderança porque era um centauro: uma espécie de híbrido, um ponto de convergência entre seres humanos e animais, uma síntese, portanto. A representação de Quiron, como arquétipo da figura do centauro, aparece na iconografia tendo a parte humana acima da parte animal, denotando um ideal de supremacia da razão sobre o instinto. Quiron é o grande mestre de várias das mais célebres figuras mitológicas gregas, como Zeus, Hércules e Aquiles, porque está em um ponto extremamente estratégico: 1) é um ser divino, portanto, goza de imortalidade; 2) é metade homem e, como tal, representa o ideal grego de perfeição humana: sabedoria, inteligência e espiritualidade; 3) é metade animal, agregando, além das habilidades de desenvolvimento dos sentidos, força e agilidade próprias dos animais, a capacidade de compreender a própria linguagem natural. Quiron representa, em si, um portal que dá acesso a vários mundos diferentes, sendo ele mesmo a própria chave desses portais, razão pela qual é mais representado como líder do que como liderado.

2 comentários:

  1. Hum... interessante o pensamento, é claro, mas creio que a invocação de Quíron foi um pouquinho demais... rsrsrsrsrsrs
    Quíron é um representante, assim como o sárito Filoquitétis, do que os gregos chamam de hybris, ou seja, o que passa da medida, o que está além do entendimento do Logos. A hybris tem a ver com a Moira, o Destino.
    Quíron é o primeiro ser híbrido. Como tal, ele está acima do Logos e da própria Moira, por isso ele é capaz de influenciar a Moira ao se tornar o mestre de Zeus, o deus supremo, por exemplo. Assim como Afrodite, Quíron não está relacionado a nada que possa ser compreendido ou determinado pela instauração do Logos na castração de Urano.
    Dentro dessa perspectiva, teríamos então: 1) Quíron não é um ser divino por que ele está acima dos deuses e é incompreensível para estes; 2) A metade homem de Quíron é apenas uma representação desse ser para que seres humanos possam visualizá-lo; 3) A metade animal de Quíron é também uma representação para torná-lo visualizável, portanto minimamente compreensível, pelo humano.

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  2. O tema da postagem é líderes e liderados. Por que você foge do tema? Por que você reduz Quiron a uma simples representação quando você sabe que não é apenas isso? A idéia da postagem é mostrar o que é preciso para estar acima de qualquer liderança, mais do que isso, para liderar um líder. Diante disso, o esterótipo de um personagem, ponto em que você se concentrou, se torna desprezível. Agora, afirmar que Quiron não é um ser divino vejo que foi um tremendo exagero da sua parte.

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