segunda-feira, 8 de agosto de 2011

UM ROEDOR EM MINHA CASA

Neste exato momento em que começo a escrever este post, é domingo, dia 07 de agosto de 2011, precisamente 23h31 (horário de Brasília). Há cerca de 10 min. recebi uma ilustre visita em minha humilde casa: um mamífero roedor popularmente conhecido como rato. Diga-se de passagem, um dos ratinhos mais bonitinhos que eu já vi na minha vida. 

Estava eu perambulando pela internet quando vi um pontinho preto passar da cozinha para a sala quase na velocidade da luz! Pensei fosse uma barata ou uma aranha, mas era um ratinho cinza, correndo desesperado para fugir. Eu senti medo. Mas, no mesmo instante, eu comecei a me perguntar: medo do quê? Ele não é peçonhento, não bica, não pica, não é venenoso. O bichinho estava com medo... por quê? Porque queria viver. Minha esposa queria matá-lo, mas eu a convenci a ficar em cima do sofá enquanto tentava pegá-lo. A última atitude desesperada do pequeno mamífero foi se esconder atrás do fogão que fica num beco na cozinha, entre a pia e parede do fundo. Tudo o que precisei fazer foi colocar um saco plástico grande o bastante para me dar tempo de prendê-lo em uma das saídas. Dito e feito. Eu o espantei e ele entrou no saco. Ele quase fugiu! É muito ágil, muito esperto, atento a tudo! Mas deu tempo de fechar a boca do saco e eu o soltei no matinho que fica a um quarteirão daqui de casa.

Esta foi a terceira vez que um desses bichinhos injustamente tachados de "nojentos" visitou a nossa humilde casa. Nas duas anteriores recebemos as ilustres presenças de dois anfíbios: uma rã e, mais recentemente, um sapo. Nas duas eu fiz questão de capturá-los e soltá-los no matinho. Eles me ensinaram uma lição interessante: quando sentiram medo ao me ver, eles não fizeram nada a não ser tentar correr para algum lugar para tentarem sobreviver. Eu, ao contrário, nas três vezes pensei em matá-los, embora tenha conseguido pensar em alguma coisa para evitar essa atitude.

Eu olhei nos olhos do ratinho dentro do saco e consegui ler claramente o pedido naqueles dois pequenos potinhos pretos: "por favor, não me mate!". Ele respirava tão forte que até embaçou um pouquinho o saco. Quando abri, ele abraçou a liberdade como se reencontrasse um amor que não via há muito tempo; saiu correndo o mais rápido que pode matinho adentro, provavelmente muito feliz em poder correr novamente, em poder respirar uma vez mais o ar puro que somente a liberdade pode oferecer
Vejam vocês: um ratinho, tido como um animal insignificante, terror das mulheres, historicamente apontado como responsável pela peste na Europa... um pequeno rato cinza, cientificamente apontado como um ser "irracional" e desprovido de alma, soube aproveitar a liberdade como o mais precioso dos dons. E agora eu penso: será que eu sei aproveitar a minha liberdade da mesma maneira que um ratinho sabe? Será que algum dia eu dei um abraço tão carinhoso na minha liberdade como aquele rato cinza deu?

Me acha louco? Foda-se! Não pedi sua opinião e nem preciso dela. Mas será que você sabe aproveitar a sua liberdade como um rato?

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